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O novo ano chegou! Quais são os desafios para o setor de eventos em 2021?

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O ano novo chegou, mas com ares de ressaca de 2020. Quando muitas de nós apostamos nossas fichas em um cenário mais feliz e promissor, eis que os números da pandemia ainda amedrontam e afastam as previsões de um belo futuro para o setor de eventos em 2021. 

De acordo com uma pesquisa do Sebrae, ainda no início da pandemia, 98% do setor de eventos havia sido extremamente afetado. Conforme levantamento feito pela Associação de Marketing Promocional (Ampro), 50% das empresas de eventos tiveram redução de faturamento da ordem de 75%. 

Nesse cenário, a cada dia que o ano avança, confirma-se um número maior de adiamentos e cancelamentos num dos setores mais atingidos pela pandemia. De acordo com a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), estima-se que, até o mês de janeiro, aproximamos da marca de 500 mil eventos não realizados em todo o Brasil. 

O efeito desastroso e as incertezas que ainda pairam sobre o mercado de eventos faz com que tenhamos muitos desafios neste 2021 que está só começando. Entre eles, descobrir quais são as mudanças que vieram para ficar e quais aquelas apenas temporárias.

Abaixo, alguns desafios e tendências aos quais precisamos estar atentas para navegar neste momento ainda complexo, em meio à tempestade. Me acompanhe nesta leitura.

A vida em telas 

A impossibilidade de realizar encontros, reuniões e eventos presenciais fez com que muitas pessoas tivessem que se acostumar a ver o mundo através de telas de computadores e smartphones

A explosão de lives e os resultados dos aplicativos de videoconferência são claros sinais do quanto os vídeos entraram na nossa vida sem pedir licença. Para se ter uma ideia, as ações da Zoom na Nasdaq, bolsa de valores das empresas de tecnologia, chegaram a se valorizar 539% até o mês de setembro de 2020.

Em 2021, as atividades em vídeo certamente seguirão no dia a dia das pessoas, seja:

  • pelos serviços de streaming para alguns nichos;
  • pela transmissão online de grandes eventos internacionais e esportivos;
  • pelo live commerce;
  • ou pela sobrevivência e manutenção do mercado de eventos nacional, espaço online e da transmissão de vídeos para continuar a fazer os negócios acontecerem. 

Dessa forma, o mercado de eventos nacional rapidamente se viu obrigado a ocupar este A alternativa dos eventos híbridos 

Que o ser humano carrega em seu âmago a necessidade de se relacionar, a gente já sabe. O que não sabemos é até quando iremos aguentar o distanciamento e a falta dos abraços e do face to face proporcionado pelos grandes eventos que já estamos todos acostumados. Eis aqui mais um grande desafio: manter as pessoas conectadas e engajadas em volta de um tema, em frente às telas, nas experiências digitais. 

No início da pandemia, foi um corre, corre para que fornecedores, organizadores, agências e clientes encontrassem a melhor maneira de realizar seus eventos e manter seus negócios gerando lucro. 

Não que fosse uma novidade, mas os eventos 100% virtuais viraram a única alternativa viável, ao mesmo tempo em que já vislumbravam o seu amadurecimento para o formato híbrido. Nesse formato, parte do público participa presencialmente, como antes, e a outra parte absorve o conteúdo  remotamente de qualquer lugar do mundo. 

O retorno ao modelo presencial só se confirmará quando a vacina chegar para todos e o público sentir-se seguro para participar novamente. A segurança sanitária continua sendo uma das grandes questões de decisão para se estar ao vivo ou não nos eventos.

A retomada lenta e gradual dos eventos (e com muitos protocolos)

Desde o início da pandemia, o setor de eventos, extremamente acostumado a regras de condutas e rígidos processos de legalização, se articulou rapidamente e criou protocolos para momentos e fases diferentes da pandemia. 

Contemplou cada situação, tipo e formato de evento, quantidade de público e formas de cumprir o distanciamento social, justamente para manter a relação de respeito com o público no mesmo nível que sempre fora praticado.

Ainda iremos conviver por muito tempo com máscaras, medidores de temperatura, álcool em gel, higienização das mãos, túneis sanitizantes, equipamentos com sensores para credenciamentos, controle de presença de público, e muita tecnologia aplicada a tudo isso. 

O desafio é justamente fazer com que tudo se encaixe no orçamento disponível sabendo que será preciso fazer mais com menos. Isso tanto pela disponibilidade de recursos no mercado quanto pelo percentual da presença do público, conforme a situação da pandemia em cada localidade onde o evento será realizado.

Cumprir protocolos de segurança sanitária é essencial. Mas, para o setor de eventos, é uma questão de matemática simples: a conta fecha ou não! A realização do evento está plenamente ancorada nesta simples equação: receita – despesas = lucro.

O Design de Experiência em foco 

Aqui, não posso deixar de abordar uma das uma das grandes tendências da atualidade: o Design de Experiência, que possui como princípio básico o ato de colocar o indivíduo no foco de sua atuação. Com o distanciamento social e os formatos ainda virtuais ou híbridos, os eventos tendem a ser menores e mais intimistas. Em eventos maiores, por sua vez, o desafio de entrega de valor é ainda maior e, por isso, precisam ser mais impactantes.

Pensar a experiência do ponto de vista do participante será sempre um dos pontos de foco. Os eventos precisam entregar experiências distintas para públicos com participações diversas: presencial, remoto, VIP, patrocinadores, parceiros, palestrantes, artistas, entre outros. É grande o número de indivíduos envolvidos e cada um apresenta necessidades e expectativas diferentes.  

É preciso, portanto, refletir sobre direitos, acesso a conteúdos livres, exclusivos e  benefícios específicos. Um bom exemplo sobre esse ponto é a edição totalmente virtual da CCXP 2020, que apresentou diferentes modalidades de ingressos, variando de gratuitos a valores bem mais significativos. 

Voltado para o público jovem e apaixonado pelo universo pop, os participantes tinham acesso à plataforma imersiva do evento, a conteúdos diferenciados e à experiência que desejavam ter dentro do evento, incluindo até uma entrada social através de doações de livros. Uma experiência completa e sob medida para cada perfil de participante.

Por fim, lembre-se que, neste cenário do mundo digital, a briga pela audiência está no centro das atenções. 

A relevância do lifelong learning 

Momentos repletos de mudanças, como os atuais, fazem com que as pessoas repensem constantemente se suas habilidades são as ideais para enfrentar cada uma das situações. Neste contexto, aquela sensação de que o que se aprendeu na graduação ou no seu tempo de profissão como produtora não faz mais sentido, passa a ser uma constatação. Dessa forma,  vemos que é preciso, sim, adquirir novas habilidades.  

Não por acaso, cursos de curta duração e formas paralelas de aquisição de conhecimento, como blogs, tutoriais no YouTube, clubes de afinidade, mentorias e outros formatos ganham peso na formação dos profissionais. Por trás deste cenário é que emerge o conceito chamado de Lifelong Learning (ou aprendizado durante toda a vida, numa tradução livre).

Este conceito ganhou força ao longo de 2020 e deve seguir firme neste ano. A ideia é que cada profissional realize uma curadoria de conteúdos conforme suas necessidades do momento.  Dessa forma, buscam investir em aprendizados que possam incrementar sua formação e garantir sua sobrevivência como profissional de eventos em 2021. 

A transformação digital individual

Facebook, Instagram, Pinterest, Youtube, Whatsapp, Telegram, Tik Tok, Linkedin e ClubHouse são redes sociais, canais de comunicação e de marketing digital. Este é o novo alfabeto do século 21 e, caso você ainda não tenha se familiarizado com os termos, é bom correr atrás, porque a sensação de atraso muito provavelmente não irá passar. A cada dia, você possui mais uma missão além da sua vida real: conhecer, desbravar e entender as novas tecnologias. A coexistência com todas as novas plataformas é um fato. Não há como reverter este cenário.  

Mas calma! Não é preciso estar presente em todos os canais, mas é importante saber pelo menos para o que cada um serve e com quem exatamente eles conversam. O objetivo é você estar antenado e saber se posicionar corretamente em cada um deles. Além disso, saber mais sobre as novas tecnologias pode te ajudar – e muito – a construir estratégias de divulgação para os eventos e gerar experiências de engajamento com as devidas comunidades.  

O setor de eventos cada dia mais ágil e compartilhado

Trabalhar em equipe e trabalhar de maneira verdadeiramente compartilhada não são sinônimos. Afinal, já não fosse necessário saber trabalhar com ferramentas como Google Drive, Trello, Slack e afins, também é de extrema importância se adaptar aos novos moldes e conhecer alguns outros métodos ágeis – como Scrum, Kanban, SAFe e FDD

Esses métodos são fundamentais para gerenciar projetos de eventos, transformando também a forma com a qual sempre trabalhamos. Fato é que a cada dia o dicionário aumenta mais um verbete, assim como a necessidade de aprender e encarar esses desafios.  

O trabalho remoto 

O que antes parecia impossível e apresentava muita resistência, passou a ser desejável e factível: estou falando do tão divisor de opiniões home office ou trabalho remoto.

Ao descobrir que era possível uma nova forma de trabalhar, o mercado corporativo passou a olhar para as vantagens deste novo modelo. Boa parte das empresas, inclusive, já sinalizaram que pretendem manter o trabalho remoto como opção definitiva no pós-pandemia

A flexibilização da mão de obra nômade torna o mercado aberto e traz grandes transformações. Por exemplo, para a produção de um evento, pode-se contratar:  

  • o colaborador de planejamento em São Paulo, 
  • o diretor de arte em Floripa, 
  • o estrategista de marketing digital em Fortaleza, 
  • o serviço de contabilidade on-line (via App), 
  • o cliente em Salvador, 
  • e os produtores de eventos, (quando necessários, vale lembrar) vindos de qualquer parte do país. 

Toda uma equipe dispersa pelo país (quando não pelo mundo) para concretizar mais um job que pode ser virtual, híbrido ou presencial, em qualquer outro local que não seja a base de trabalho de qualquer um dos envolvidos na produção do evento.

O binômio tecnologia + pandemia provocou o êxodo dos grandes centros e dos endereços nobres em 2020, e pode se consolidar em 2021. À reboque, trará uma série de outros benefícios para quem se adequa – ou melhor, se adapta -,  como qualidade de vida, tempo, convivência familiar, e hábitos saudáveis e sustentáveis.   

A economia ainda mais colaborativa

Buscar novas maneiras de fazer o negócio sobreviver e de se manter ativo no mercado de trabalho provoca nas pessoas uma nova forma de encarar as transformações e vislumbrar parcerias até então desconsideradas. A união de expertises, por exemplo, pode gerar novos negócios mais colaborativos do que nunca. 

E, nessa união, à distância ou não, vale observar também que algumas atitudes preconceituosas com o mercado de trabalho podem ser facilmente eliminadas. Já que é para mudar, porque não vislumbrar a possibilidade de formar equipes realmente diversas, não só de experiências e vivências, mas de salários, cachês, de gênero, classe social, e promover de verdade a tão sonhada equidade? #ficaadica 

Inovação, experimentação, entrega de valor, transformação. Desafios não vão faltar para quem atua no setor de eventos. A tarefa é árdua, requer esforços, foco, antes, durante e depois de cada projeto, todos os anos, e neste (ainda mais em meio à pandemia) não seria diferente. 

Mas para quem possui como essência a criatividade, a inventividade e a inquietude, fica a provocação e o desejo de gerar novas experiências e manter a nossa comunidade. Seja trabalhando, produzindo, gerando empregos, receitas, vendo além do horizonte, sempre! Enquanto isso, aguardamos ansiosas pela vacinação em massa, até que a “normalidade” volte a conviver entre nós.

E você, concorda com os desafios que apontei neste artigo? Deixe seu comentário ou indique alguma tendência que você acredita que o setor de eventos ainda precisará encarar.